sábado, 1 de março de 2014

O Sacramento do momento presente - 1ª parte

Olá pessoal,

Estamos começando amanhã (02/03) mais uma turma do CPP Baixa Grande. Há boas expectativas em nós de que Deus nos guiará em todo o tempo. Mas por falar em tempo, colocaremos aqui um artigo (uma parte a cada postagem) sobre as perspectivas e ideias que se tem sobre o tempo e como lidar com elas à luz da palavra de Deus. Hoje deixamos pra vocês a introdução dessa mensagem dada originalmente por Guilherme de Carvalho (pastor e obreiro do L'abri Brasil) e transcrita por Elenir Eller Cordeiro.




O SACRAMENTO DO MOMENTO PRESENTE

Introdução – O tempo e o ídolo

O tempo é, sem dúvida, um dos assuntos mais difíceis para se discutir, seja na filosofia ou na ciência, pois não é fácil fazer uma descrição adequada do tempo. Sem pretensão de resolver todos os problemas teóricos ou científicos sobre o tempo, minha proposta é fazer uma reflexão, em parte teológica, em parte filosófica, sobre o assunto para depois analisar de que forma a fé cristã pode afetar nossa relação com o tempo.

Toda nossa reflexão sobre o tempo gira em torno de uma declaração simples e fundamental de Pascal: ´Os homens são felizes com Deus e infelizes sem Deus.`  Minha tese é que se nos afastamos de Deus nossa relação com o tempo fica distorcida. Por quê? O afastamento de Deus vai exigir uma alternativa para Deus e qualquer alternativa que não seja Deus torna-se idolatria, e isso causa uma distorção de nossa relação com o tempo.

Um dos aspectos da visão judaico-cristã de mundo é que sempre escolhemos Deus ou um substituto como valor supremo. Não existe meio termo, sempre vamos tentar preencher o espaço desocupado com alguma coisa. Por isso, a idolatria é um perigo constante. Gosto muito de certas declarações isoladas da Bíblia e 1 João finaliza com uma de minhas prediletas: `Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.` Os dez mandamentos declaram de cara que Deus é único e que não devemos ter outros deuses. Ao descrever a natureza do pecado em Romanos 1, Paulo diz que o pecado é basicamente idolatria, pois os homens tinham conhecimento de Deus, mas não o glorificaram como Deus. Não existe escapatória, sempre que nos afastamos de Deus, encontramos um substituto para ele. Seja proveniente da tradição ou da cultura, seja talhado por nossa mão como descreve Isaías 44, sejam divindades mais sofisticadas como teorias científicas ou filosóficas, no final das contas, a tudo que damos um valor supremo, isso exerce função de divindade. 

Não pense, portanto, que você está livre da religião simplesmente porque não está inserido numa tradição estabelecida ou porque não acredita em divindades. Religiosidade ou espiritualidade significa muito mais do que crer numa divindade ou seguir uma tradição religiosa. A atitude que uma pessoa religiosa tem com sua divindade é muito semelhante à atitude que uma pessoa não religiosa tem com algo ao qual ela dá valor supremo. Assim como todos respiram pelo nariz e enxergam com os olhos, todos valoram as coisas. Portanto, quem não tem Deus como seu valor supremo vai dar a alguma coisa um valor absoluto e usará isso como fonte de identidade e de significado para sua vida. O problema é que os ídolos, por serem finitos, não proporcionam este sentimento de significado final ou de valor supremo. Simplesmente, é impossível atribuir valor supremo para algo que não é supremo.

Continua...

Um comentário:

  1. Sucesso, queridos irmãos! Acredito que Deus está no comando de vossas intenções e,no final teremos novos homens e mulheres de Deus ,aptos ao trabalho missionário

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