terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Inconformismo e quietude (parte 2)

Continuação do artigo "Inconformismo e quietude"...

Esses dois sentimentos fortes e aparentemente antagônicos podem e devem conviver dentro de nós o tempo todo – inconformismo e quietude. Estamos entrando no tempo do cumprimento da Festa do Dia da Expiação e a Palavra nos diz que devemos “afligir a alma” e não fazer “nenhuma obra servil”. Caso alguém desobedecesse qualquer dessas duas ordenanças, deveria “ser extirpada do seu povo” (Lv 23.26-32).

A primeira reação de alguém que está profundamente insatisfeito é procurar uma saída, fazer alguma coisa que remova esse sentimento ou, pelo menos, o alivie. Mas a sede por Deus não pode ser saciada com nada a não ser o próprio Deus. Quanto mais quietos ficarmos, mais possibilidade teremos de discernir os sinais da sua aproximação.

Temos dois tipos de problemas em relação à presença de Deus – as coisas que fazemos que o entristecem e o afastam de nós, e as coisas que deixamos de fazer que poderiam atraí-lo e sensibilizá-lo. Só poderemos discernir essas coisas se estivermos muito quietos, sem agitação interior, esperando somente por ele, por algum sinal de sua parte, por algum sussurro divino.

Fome e sede são sensações bem desagradáveis e geralmente procuramos evitá-las. Jesus, porém, diz: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (Mt 5.4,6).

Que Deus nos ajude a fugir do anestesiamento de nossa geração, do materialismo e da satisfação dos desejos da carne! Que ele também nos ajude a fugir da religiosidade e do ativismo “espiritual”! Que sejamos pessoas fissuradas por ele, que não se contentem com o nível de comunhão que atingiram, mas que se esqueçam “das coisas que atrás ficam”, e avancem para o “prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13,14)!

Harold Walker

Nenhum comentário:

Postar um comentário