Continuação do artigo "Inconformismo e quietude"...
Esses dois sentimentos fortes e aparentemente antagônicos podem e
devem conviver dentro de nós o tempo todo – inconformismo e quietude.
Estamos entrando no tempo do cumprimento da Festa do Dia da Expiação e a
Palavra nos diz que devemos “afligir a alma” e não fazer “nenhuma obra
servil”. Caso alguém desobedecesse qualquer dessas duas ordenanças,
deveria “ser extirpada do seu povo” (Lv 23.26-32).
A primeira reação de alguém que está profundamente insatisfeito é
procurar uma saída, fazer alguma coisa que remova esse sentimento ou,
pelo menos, o alivie. Mas a sede por Deus não pode ser saciada com nada a
não ser o próprio Deus. Quanto mais quietos ficarmos, mais
possibilidade teremos de discernir os sinais da sua aproximação.
Temos dois tipos de problemas em relação à presença de Deus – as
coisas que fazemos que o entristecem e o afastam de nós, e as coisas que
deixamos de fazer que poderiam atraí-lo e sensibilizá-lo. Só poderemos
discernir essas coisas se estivermos muito quietos, sem agitação
interior, esperando somente por ele, por algum sinal de sua parte, por
algum sussurro divino.
Fome e sede são sensações bem desagradáveis e geralmente procuramos
evitá-las. Jesus, porém, diz: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque eles serão fartos. Bem-aventurados os que choram,
porque eles serão consolados” (Mt 5.4,6).
Que Deus nos ajude a fugir do anestesiamento de nossa geração, do
materialismo e da satisfação dos desejos da carne! Que ele também nos
ajude a fugir da religiosidade e do ativismo “espiritual”! Que sejamos
pessoas fissuradas por ele, que não se contentem com o nível de comunhão
que atingiram, mas que se esqueçam “das coisas que atrás ficam”, e
avancem para o “prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp
3.13,14)!
Harold Walker
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